sexta-feira, 3 de maio de 2013

México

México conta com novos cenários para formação policial

Povoado tático, localizado em Puebla, servirá para simular operações policiais em escala real e capacitar agentes no combate a todos os tipos de crimes.



       Desde a sua inauguração, em maio de 2012, a Academia de Formação e Desenvolvimento Policial General Ignacio Zaragoza, em Puebla, capacitou 5.300 oficiais em todo o país. (Cortesia da Secretaria Geral de Governo de Puebla)
Desde a sua inauguração, em maio de 2012, a Academia de Formação e Desenvolvimento Policial General Ignacio Zaragoza, em Puebla, capacitou 5.300 oficiais em todo o país. (Cortesia da Secretaria Geral de Governo de Puebla)

PUEBLA, México – A polícia mexicana está construindo o maior vilarejo tático da América Latina para ter um local de treinamento moderno e aprimorar sua luta contra todos os tipos de crime.
Um verdadeiro povoado está sendo construído em mais de 4.000 m2 dentro da Academia de Formação e Desenvolvimento Policial General Ignacio Zaragoza, em Puebla, segundo o governo do estado de Puebla. O vilarejo deve entrar em operação até o fim do ano.
Os alunos poderão simular operações policiais em lojas de conveniência, bancos, postos de gasolina, hospitais, capelas, restaurantes, escolas, tribunais, prisões, aeroportos e até em um quiosque, e estarão preparados para lidar com qualquer situação antes de saírem às ruas. Os policiais aprenderão também habilidades de liderança, formas de preservar cenas de crime, lidar com detentos e identificar criminosos.
“O treinamento permitirá que os policiais deem uma resposta imediata aos cidadãos em caso de crime”, diz María Isabel Aguilar Berdín, diretora acadêmica da instituição. “Eles poderão fazer uma análise mais profunda de todas as circunstâncias que envolvem uma cena de crime e de como devem atuar para combater a delinquência.”
Inaugurada em 4 de maio de 2012, a Academia de Formação e Desenvolvimento Policial General Ignacio Zaragoza custou US$ 25 milhões (R$ 50 milhões). Mais US$ 1,5 milhão (R$ 3 milhões) serão gastos no povoado tático.
Até o momento, a academia já treinou 5.300 policiais em todos os 32 estados do país, afirma María Isabel.
“Este complexo nos permite fazer uma capacitação integral dos policiais”, diz.
Para entrar na academia, os alunos devem ser policiais da ativa ou integrantes de qualquer organização de segurança pública e ser indicados pelos empregadores, além de passar nos testes de confiabilidade e honestidade.


       Na Academia de Formação e Desenvolvimento Policial General Ignacio Zaragoza, em Puebla, no México, os alunos aprendem habilidades de liderança, preservação de cenas de crimes, formas de lidar com detentos e elaborar perfis de criminosos. (Cortesia da Secretaria Geral de Governo de Puebla)
Na Academia de Formação e Desenvolvimento Policial General Ignacio Zaragoza, em Puebla, no México, os alunos aprendem habilidades de liderança, preservação de cenas de crimes, formas de lidar com detentos e elaborar perfis de criminosos. (Cortesia da Secretaria Geral de Governo de Puebla)

A academia tem 10 professores em período integral e uma equipe de apoio de especialistas em aplicação da lei americanos e europeus. A instituição está considerando aceitar policiais de toda a América Latina, diz María Isabel.
Para o oficial Juan Ramón Juárez Cuellar, que trabalhou na polícia por 26 anos e está fazendo o curso de Ciências Policiais na academia, a simulação de operações reduz as chances de cometer erros em uma situação real.
“Antes, movíamos cartuchos vazios e corpos de vítimas, o que alterava a cena do crime, pois apagávamos impressões digitais”, explica. “Isso causava problemas na hora de levar adiante o processo judicial.”
Atualmente, as simulações e práticas de investigação policial são conduzidas em uma casa tática no campus da academia. Mas, assim que o vilarejo tático estiver concluído, será possível reproduzir cenários mais complexos e detalhados para os policiais, afirma María Isabel.
A academia conta também com o único centro de vigilância e monitoramento C4 para treinamento do país, usado para ensinar estratégia aos agentes e aumentar sua capacidade de resposta a cenas de crimes.
“A capacitação se traduz em menos queixas de direitos humanos contra policiais”, diz Gilberto Loya Chávez, diretor da Polícia Municipal de Puebla, que enviou 448 de seus 1.600 oficiais à academia no ano passado. “Os policiais sabem como isolar uma cena de crime, determinar quem pode entrar e identificar provas.”
Um total de 160 alunos estuda para obter licenciatura, e 16 outros buscam a carreira técnica em Ciências Policiais. A academia oferece ainda um programa de certificação para policiais em táticas de combate, translado de detentos de alto risco, direitos humanos e uso apropriado da força. Todos os cursos são gratuitos.
“Antes, havia cursos em defesa ou artes marciais que não eram focados no trabalho policial e tínhamos de pagar do nosso bolso”, lembra Juárez Cuellar. “Hoje, temos bolsas de estudo e a oportunidade de compartilhar o conhecimento com outros colegas.”

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